Preito ( C'est la loi du temps, Madame...)

Publié le par Rosario Duarte da Costa

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Preito

 

É lei do tempo, Senhora,
Que ninguém domine agora
E todos queiram reinar.
Quanto vale nesta hora
Um vassalo bem sujeito,
Leal de homenage e preito
E fácil de governar?

Pois o tal sou eu, Senhora:
E aqui juro e firmo agora
Que a um despótico reinar
Me rendo todo nesta hora,
Que a liberdade sujeito...
Não a reis! - outro é meu preito:
Anjos me hão-de governar. 
                                                 Almeida Garrett, in "Folhas Caídas'"

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DISCURSO DE ALMEIDA GARRETT

 


 

Discurso proferido por Almeida Garrett em 8 de Fevereiro de 1840, na Câmara dos Deputados, na discussão da "Resposta ao Discurso da Coroa", em resposta a José Estêvão, conhecido como o Discurso do Porto Pireu, alusão a uma passagem da intervenção do orador anterior.

 

 

O governo que estava em funções no princípio de 1840, tinha sido nomeado em  26 de Novembro de 1839, era dirigido pelo general José Lúcio Travassos Valdez, 1.º barão e 1.º conde de Bonfim, setembrista moderado, que tinha derrotado em Julho de 1837 a Revolta dos Marechais, e incluía no seu elenco Rodrigo da Fonseca Magalhães e António Bernardo da Costa Cabral.

Este período, que vai de 1839 até 1842, ano em que a Carta foi restaurada, por Costa Cabral, ficou conhecido pela Ordem, que foi uma tentativa bastante precária dos políticos centristas tentarem conter os radicais, no interior das instituições criadas pela Constituição de 1838. 

Os radicais eram o grupo político que reclamava uma Constituição mais democrática, e que por isso defendiam (1) o alargamento do corpo eleitoral e a introdução de eleições directas; (2) a redução dos poderes do estado não electivos; (3) a limitação das prerrogativas reais, e (4) a clara subordinação do executivo ao Parlamento. A Constituição de 1838, não tinha dado resposta às suas preocupações, pois mantinha substancialmente da mesma maneira os poderes definidos pela Carta Constitucional.

Almeida Garret, deputado pela Ilha Terceira, e membro do partido setembrista, pretende mostrar aos  radicais a necessidade do censo eleitoral, assim como da cooperação com a nova ordem vigente.

O discurso está dividido em três partes.  

 


 

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