Sai um poema da pedra
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Sai um poema da pedra
Nos campos a passarada
onde tudo parece calmo.
Os sobreiros como entrada
e uma mesa bem aberta
onde todas as aves comem
os manjares do seu dia
mas, não querem partilhar
nem frescura, nem calor
o céu parece esmagado
contra a terra empapoilada
Ele abre os olhos à luz
e tudo lhe parece vivo
flores, folhas e vestígios
daqueles tempos antigos
Chegam vozes lá do fundo
com sabores a sal já velho
É uma língua bem antiga
que sobe à face da terra
e, pergunta porque a mínguam,
a magoam e ultrajam
com novas ortografias
e novas filosofias
Só o gato mia, mia
Sai um poema da pedra
estalando-lhe na pele,
como um vidro já partido
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11/04/2013