Littérature et Poésie Portugaises (Cristina Carvalho et Maria do Rosário Pedreira)
Auteur de cette Photo: Perens"olhares.com"
Des écrivaines vivantes!
(Cristina Carvalho et Maria do Rosário Pedreira)
Oui. Ce soir j’aimerais être à Lisbonne...
Et pouvoir rencontrer des amis/ies. Mais, mon cœur serait
heureux de rencontrer deux femmes tout en particulier :
Cristina Carvalho et Maria do Rosário Pedreira.
La première est une écrivaine portugaise qui vient de publier :
“A casa das Auroras” soit, «La maison des Aubes ».
La deuxième, éditrice aux éditions QuidNovi et poétesse,
présente aujourd’hui même son livre :
Poésia reunida/Poésie assemblée
à Lisboa.
Comme j’aimerais être avec elles, autour d’un verre et, de
quelques grammes de mots !
Croyez-moi, ce n’est jamais facile de vivre à distance. Ce que
l’on gagne d’un côté, on le perd de l’autre !
Rosario Duarte da Costa
Copyright
27/09/2012
Maria do Rosário Pedreira
Como escreve Pedro Mexia, no prefácio, «estamos perante uma visão do mundo de feição romântica, que concentra no amor a justificação da existência».
A acrescentar aos três livros já publicados de Maria do Rosário Pedreira há agora um quarto livro, inédito, a completar este volume de Poesia Reunida. Chama-se «A Ideia do Fim» e surge como uma espécie de contraponto ao luto amoroso das obras anteriores.
Há um prenúncio de morte, nestes poemas inéditos, mas há também a tranquilidade do amor reencontrado.
Ainda bem
que não morri de todas as vezes que
quis morrer - que não saltei da ponte,
nem enchi os pulsos de sangue, nem
me deitei à linha, lá longe (...)
Se tivesse morrido de uma dessas vezes,
não ouviria agora a tua voz a chamar-me,
enquanto escrevo este poema, que pode
não parecer - mas é - um poema de amor.
Livro do Dia: «Poesia Reunida», de Maria do Rosário Pedreira; edição Quetzal
Cristina de Carvalho
www.clubedos livros.org
A Casa das Auroras" de Cristina Carvalho
O regresso de uma escrita envolvente
Uma jornalista chega a uma pequena aldeia da zona oeste, perto do mar, com o intuito de escrever uma peça sobre duas mulheres que terão vivido juntas em determinada casa da aldeia, conhecida como A Casa das Auroras.
Encontra um velho, um miúdo e um cão, que a orientam para a dita casa, que tem fama de assombrada desde há muito e que é a mais antiga do lugar.
A jornalista entra sozinha na casa e de repente depara-se – na casa que aparentemente estava vazia, com uma sala onde estão 6 mulheres a tomar chá à volta de uma mesa. Encolhida a um canto da sala e presa numa espécie de transe entre o sono e a vigília, a jornalista vai ouvir, ao longo de toda uma noite, as histórias de vida que cada uma daquelas mulheres-fantasma tem para contar:
- A velha que morreu de velhice e que conta a história da mulher-lobo da aldeia, do padre possuído de desejos carnais e do filho que daí resultou.
- A miúda que viveu na altura em que os americanos chegaram à Lua e que quis também viajar até lá.
- A jovem de 20 anos que, perdida de amor, vê a sua vida e os seus sonhos ruírem na noite do grande tremor de terra da década de 60.
- A mulher do casal ingénuo que foi viver para o campo e vê, numa noite de temporal, duas criaturas malévolas entrar-lhe porta a dentro disfarçadas pela normalidade de um casal burguês à procura de casa nas redondezas.
- A Bela, a loira cantora popular de feiras e romarias que foi viver com a camionista Alex para a Casa das Auroras e acabou por se suicidar de regresso ao apartamento do odiado e amado homem do roupão.
- A Santinha, que está entrevada num quarto e ganha a vida a receber os peregrinos que querem uma graça e um consolo por a tocarem, mas que foi uma criança tenra e malévola, como todas as crianças, e nos conta a história do tio Vítor, que casou com a tia solteirona para se poder aproximar e dispor da sobrinha tenrinha… várias hipóteses se colocam para esta passagem da criança abusada à Santinha “da ladeira”.
Na manhã seguinte, a jornalista acorda do transe e sai da sala agora vazia, mas decide ficar a viver na aldeia. Irá ela ser a próxima ocupante d’ Na manhã seguinte, a jornalista acorda do transe e sai da sala agora A Casa das Auroras?
Cristina Carvalho nasceu em Lisboa a 10 de Novembro de 1949. Durante a sua actividade profissional, contactou com milhares de pessoas e visitou inúmeros países, sendo a Escandinávia e o Oeste português as regiões que mais ama e que mais influência exercem sobre o seu imaginário e a sua personalidade enquanto transitório ser humano do sexo feminino, habitante do planeta Terra e, por acaso, escritora. Não por acaso, nesta sua actividade a que não chama profissional, é já autora de oito livros, com o presente, e outros seguirão. Até à data, tem publicados: Até já não é adeus (1989); Momentos Misericordiosos (1992); Ana de Londres (1996); Estranhos Casos de Amor (2003); O Gato de Uppsala (2009, seleccionado para o Plano Nacional de Leitura); Nocturno: o Romance de Chopin (2009); Tarde Fantástica (2011).