Literatura Portuguesa/Littérature Portugaise- Fernando Pessoa

Publié le par Rosario Duarte da Costa

Percorrendo um velho livro do Dr. João Ameal intitulado “Literatura Portuguesa” que foi imprimido em 1949 isto é, tinha eu menos de um ano, notei o pouco interesse ainda nessa altura,  pelo grande poeta Fernando Pessoa.

Efectivamente, foi sublinhado como elemento do “Orfée” Orfeu, isto é como animador do grupo com Mário de Sa Carneiro.

Mas, na página seguinte  este alarga a informação, notificando ali a obra já considerável naquela altura tanto na revista Orfée, como nas do “Portugal Futurista, Athena e Contemporânea” evocando os hetenónimos de Pessoa que haviam provocado um escândalo considerável e, como dizia Ameal um escândalo politico”.

Assim na revista Aguia, Pessoa será intitulado “Super Camões”...

Evoca ainda os poemas ingleses de Pessoa, uma parte deles contidos em Mensagem que constituem uma autêntica revelação!

Pessoa é no  entanto considerado naquele tempo como alguém de marginal e de independente. Fazer face à sociedade da época é para Pessoa qualquer coisa sem importância, porque ele sabe que é inteiro e integre!

Rosario Duarte da Costa
15/03/09
Copyright


Ici, je parle encore de Fernando Pessoa au sujet d'un livre que j'ai lu du Dr. João Ameal  imprimé en 1949.
Je joins une page de la nièce de Pessoa, extraite du Journal "Causa Monarquica".
 
Ads by Google

*Sonhar sem limites*
Surpreenda quem ama...! Amorosos detalhes personalizados...
www.wandadelza.com



Laços de Família: FERNANDO PESSOA - O TIO E A POETA
 
 

TEXTO DE ROSA AMARAL | FOTOS DE FAMÍLIA

Manuela Nogueira é escritora e poetisa. É também sobrinha de Fernando Pessoa. Nasceu na Rua Coelho da Rocha, onde está instalada hoje a Casa Fernando Pessoa e conviveu intimamente com o poeta até à data da sua morte. Na sua memória de infância guarda a imagem de um tio gentil, alegre e brincalhão. Só muito mais tarde se apercebeu de que se tratava também de um dos maiores poetas portugueses.

A vida é como é. Mas Manuela Nogueira às vezes dá por si a pensar como é que teria sido a sua vida se o destino não lhe tivesse dado um tio chamado Fernando Pessoa. “Tinha sido uma vida muito diferente. Nem melhor, nem pior, diferente”. Se calhar não teria arriscado lançar o seu primeiro livro de poesia só agora, no Outono da vida. “A comparação era sempre inevitável, mas agora não me preocupo tanto com isso. É uma das coisas boas da idade”, diz a sorrir. É que Manuela Nogueira é escritora e poetiza. O seu livro, “Ritual sem palco” foi lançado há pouco mais de três meses. Quem o leu gostou mas Manuela Nogueira tem pena que a crítica pura e simplesmente o tenha ignorado. “Como não sou do meio, não pertenço a nenhuma capelinha…”
Fala sem rancor mas com a certeza de que o mundo editorial português vive dias muito confusos. Mesmo assim não desiste. Os livros e a leitura são a sua paixão. Colaborou em jornais, escreveu obras infantis e livros para adultos, participou num sem fim de encontros, palestras e sessões de promoção e incentivo à leitura em escolas, autarquias e bibliotecas. Como fundadora da Associação Fernando Pessoa correu o País e o mundo convidada a falar do lado mais íntimo do poeta. “Posso dizer que o facto de ser sobrinha de Fernando Pessoa me proporcionou uma vida muito rica, pois conheci e convivi com gente maravilhosa de toda a parte do mundo”.
Quando lhe perguntamos se se considera uma poetisa, Manuela Nogueira não responde imediatamente. Fala da sua sensibilidade artística do seu amor pela natureza. “Sou capaz de estar horas a olhar para o mar, para uma paisagem. Se calhar vejo as coisas mais profundamente. Sinto a natureza de uma maneira diferente das outras pessoas. Olhe, acho que sou uma poeta de sensibilidade”. Talvez por isso de todos os heterónimos de Fernando Pessoa aquele cuja obra mais a toca é a de Bernardo Soares.
Aliás, o mistério dos heterónimos não tem segredos para Manuela Nogueira. “Desde muito pequeno que Fernando Pessoa encontrou esta solução”. O talento e a imaginação fervilhavam dentro do seu cérebro. Ele não conseguia impedir-se de escrever. Assim imaginava que era várias pessoas. E cada uma tinha vida e personalidade própria. “Como o Álvaro de Campos que Fernando Pessoa inventou que tinha nascido em Tavira e tirado o curso de engenharia industrial em Glasgow, em Inglaterra. Mais tarde os heterónimos tornaram-se tão independentes que discutiam ideias entre si.
“Tudo começou ainda na África do Sul quando ele, adolescente, começou a inventar heterónimos para as suas histórias”. Chevalier de Pas, Captaine Thibeaut, Dr. Pancrácio, Eduardo Lança, Robert Anon ou Alexander Search. A mãe de Manuela contava-lhe que quando eram pequenos o seu irmão Fernando estava sempre a inventar histórias que contava aos irmãos mais novos.
E se a sua vida não se tivesse cruzado com a de Fernando Pessoa teria escrito mais? “Talvez”, afirma sem grandes certezas. Certo é que sempre viveu rodeada por pessoas que escreviam. “O meu pai escreveu uma série de livros de contabilidade. A minha mãe escrevia poesia muito boa e como falava inglês chegou a fazer traduções”. E claro, o tio, sempre o tio, debruçado numa mesa a escrever sem parar. Ainda hoje Manuela se espanta com a quantidade de coisas que ele escreveu. Era como se tivesse uma torrente inesgotável dentro dele e não conseguisse parar. Como se tivesse uma missão.
“O que me espanta é que ele desistiu de ser casado e colectável - como gostava de dizer – só para ter tempo para a sua Obra”. Para trás ficou o curso de letras, o amor de Ofélia, uma vida confortável e uma posição social. “Nada disso lhe interessava”, conta a sobrinha. “Não dava valor nenhum ao dinheiro. Necessitava apenas dele para sobreviver”.

Leia mais na revista




Publié dans Auteurs Lusophones...

Pour être informé des derniers articles, inscrivez vous :
Commenter cet article