Poème de Joao de Deus!

Publié le par Rosario Duarte da Costa


Fazer anos

Não caia nessa.

Olhe que a gente começa

Às vezes por brincadeira,

Mas depois, se se habitua

Já não tem vontade sua

E fá-los queira ou não queira !

 

Il me monte à la mémoire –si vieille !- un poème de qui a traversé ma vie…


Voici la traduction :

 

 

Faire une année de plus 

Ne faites pas cela.

Regardez, nous commençons

Parfois par jeu,

Mais après, si l'on prend l’habitude

On perd tout sa volonté

Et on l'a fait ,qu’on le veuille
ou, on ne le veuille pas !

 Traduit par Rosario Duarte da Costa

 

São Bartolomeu de Messines, Algarve, Portugal. 2008 
Photo de Francisco Santos-Sao Bartolomeu de Messines (Algarve)


Mont de Ferrenho(www.pt.toprural.com)

No sentido poente-nascente, na região média algarvia, alonga-se uma extensa faixa de terreno, de largura e contornos irregulares, assente em rochas calcárias, as quais afloram em grande parte à superfície. É o BARROCAL que se estende da zona Vila do Bispo-Sagres até aos arredores de Tavira.
Mercê de condições edáficas e climáticas particulares, o Barrocal apresenta um revestimento vegetal cuja composição florística e tipo de agrupamentos, se não são exclusivos, pelo menos muito raramente se repetem fora da sua área.
Daí o seu insofismável e elevado valor científico e paisagístico, não somente actual mas também potencial.

Destruída a antiga mata [associação dominada por Carvalho Português, Quercus faginea, e Sobreiro, Quercus suber - família Fagaceae], são os matos rasteiros, salpicados aqui e ali por raros exemplares de árvores dispersas, que cobrem as encostas e os cimos pedregosos das colinas da região.
J. Malato Beliz, O Barrocal Algarvio - Flora e Vegetação da Amendoeira (Loulé). 1986.

Flora do Barrocal algarvio - Portugal

A Roselha Maior, Cistus albidus (família Cistaceae), de grandes flores cor-de-rosa, é uma das espécies características do Barrocal, tal como a Aroeira, Pistacia lentiscus (famíllia Anacardiaceae), cuja folhagem aparece no canto inferior direito da fotografia. Arredores de S. Bartolomeu de Messines - Silves, finais de Março.

Flora do Barrocal algarvio - Portugal

Outra imagem da Roselha Maior, aqui com um Rosmaninho, Lavandula sp (família Labiatae), no mesmo local.

Do ponto de vista da flora e da vegetação, o Barrocal algarvio evidencia afinidades com a Andalusia meridional e o Norte de África, sendo dominado por espécies mediterrânicas e com alguma incidência de plantas ibero-mauritânicas.

Categoria: FLORA E VEGETAÇÃO

Na arquitectura popular do Algarve, as platibandas constituem um dos elementos decorativos mais característicos, a par das chaminés.
As platibandas delimitam as açoteias ou os telhados, funcionando neste caso como uma solução de protecção e recolha das águas da chuva, através de uma caleira a tardoz.

Platibanda tradicional algarvia, Vila Real de Santo António - Portugal

Platibanda tradicional algarvia, Vila Real de Santo António - Portugal

Platibanda tradicional algarvia, Vila Real de Santo António - Portugal

Platibanda tradicional algarvia, Vila Real de Santo António - Portugal

É nas platibandas e chaminés que se manifesta a mais rica exuberância decorativa do algarvio, podendo-se considerar alguns exemplos [como] autênticos motivos de arte popular.
Arquitectura Popular em Portugal, ed. Associação dos Arquitectos Portugueses, Lisboa 1980.

Observa-se uma enorme variedade de motivos, relevos e cores, consoante as épocas, sensibilidades e bolsas.
[Ver também o postal PORMENORES DECORATIVOS].

Motivos decorativos de platibanda, Vila Real de Santo António - Portugal

Motivos decorativos de platibanda, Vila Real de Santo António - Portugal

Motivos decorativos de platibanda, Vila Real de Santo António - Portugal

Motivos decorativos de platibanda, Vila Real de Santo António - Portugal

Todos os exemplos apresentados são de Vila Real de Santo António, abrangendo cerca de dois séculos: desde a segunda metade do século XVIII (quando a cidade foi reconstruída após o terramoto de 1755) até à primeira metade do século XX.

Categoria: A ARQUITECTURA

- DAS PLATIBANDAS TRADICIONAIS DO ALGARVE.

O que mais populariza a platibanda algarvia é a riqueza que por vezes apresenta a sua decoração.
Arquitectura Popular em Portugal, ed. Associação dos Arquitectos Portugueses, Lisboa 1980.

Pormenor de cunhal de platibanda, Vila Real de Santo António - PortugalPormenor de cunhal de platibanda, Vila Real de Santo António - Portugal

Pormenor de cunhal de platibanda, Vila Real de Santo António - PortugalPormenor de cunhal de platibanda, Vila Real de Santo António - Portugal

Imagens de pormenor de alguns cunhais de platibandas, em Vila Real de Santo António.

NOTA: Ver também o postal PLATIBANDAS ALGARVIAS.

Categoria: QUADROS

As andorinhas-dos-beirais (Delichon urbica) são aves migradoras, comuns em Portugal e no resto da Europa, durante a Primavera e o Verão.

Os ninhos são inconfundíveis, quase esféricos, construídos com lama sob os beirados dos telhados.

Beirado com ninhos de andorinha em V. Real Sto. António - Portugal

Beirado com ninhos de andorinha em V. Real Sto. António - Portugal

Ninhos de andorinha num beirado em V. Real Sto. António - Portugal

Ninhos de andorinha-dos-beirais em Vila Real de Santo António (o sapal fornece matéria-prima abundante para a sua construção).

Categoria: NATURALMENTE

A Grevílea (Grevillea robusta, da família Proteaceae) é uma árvore de grande porte, que pode atingir até 40 metros no seu habitat de origem, na Austrália. A madeira é elástica e resistente, utilizada em marcenaria.

De crescimento rápido e folha persistente, adapta-se bem em zonas quentes e soalheiras, sendo vulgar nos jardins e arruamentos da região de Lisboa.

Grevílea em flor, Cascais - Portugal

Detalhe da floração da Grevílea, Cascais - Portugal

Uma Grevílea em flor, em Cascais (finais de Abril).

As flores, alaranjadas, são apétalas e pequenas, mas formam grandes cachos coloridos e vistosos, em que sobressaiem os longos estiletes curvos.

Categoria: A ÁRVORE

A Mata Nacional dos Medos ou Pinhal do Rei é uma RESERVA BOTÂNICA na área de PAISAGEM PROTEGIDA da Arriba Fóssil da Costa de Caparica.

Foi criada por ordem régia de D. João V, no alto da Arriba, para travar o avanço das areias sobre os terrenos de cultura do interior: medo, o m. q. médão, s. m. monte de areia ao longo das praias. (Do Castelhano médano).

Mata Nacional dos Medos, Reserva Botânica - Almada, Portugal

Esta reserva botânica, riquíssima em termos biológicos, é bastante procurada devido às óptimas condições de recreio, lazer e desporto que proporciona, sendo sobejamente conhecida e apreciada pela população local, pelos veraneantes e pelos praticantes de desportos radicais, em especial o parapente [in portal da Câmara Municipal de Almada].

Com cerca de 338 hectares, constitui uma das primeiras áreas com estatuto de protecção no nosso País. De facto, foi inicialmente classificada como Reserva Botânica em 1971 (Decreto-Lei 444/71, 23 Outubro) - pelo seu grande interesse botânico e paisagístico que justifica a sua defesa e conservação integrais - e mais tarde integrada na Paisagem Protegida (ver postal A ARRIBA FÓSSIL DA COSTA DE CAPARICA, 2 Set '08).

Mata dos Medos, Reserva Botânica - Almada, Portugal

O andar arbóreo é dominado pelo Pinheiro manso (Pinus pinea), com alguns Pinheiros bravos (Pinus pinaster) e de Alepo (Pinus halepensis). No sub-bosque destaca-se o Zimbro (Juniperus turbinata), também designado como Sabina-das-praias (Juniperus phoenicea), com exemplares de porte notável que atingem os 8 metros de altura - o que equivale grosso modo a um prédio de três pisos.

Convém não esquecer que Reserva Botânica significa um valiosíssimo património em termos de biodiversidade, não só vegetal como também animal, que não é traduzível em cifrões!
Não é por acaso que a Noruega pagou do seu bolso e construiu no seu território a Reserva de Sementes da Humanidade - embora tratando-se de um cofre de sementes de alimentos, contém inerente o inquestionável valor do património vegetal.

A Mata dos Medos inclui-se ainda na RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL - zona de máxima permeabilidade, com solos de dunas consolidadas pela vegetação, de elevada sensibilidade ecológica - e é abrangida pela classificação de dois tipos de HABITATS PRIORITÁRIOS em termos de Conservação da Natureza (Directiva Comunitária 92/43/CEE, 21 Maio): Dunas litorais com Juniperus spp e Dunas com florestas de Pinus pinea e Pinus pinaster.

Fontes:
Folheto informativo Mata dos Medos, Conhecer para Preservar. Centro de Arqueologia de Almada, Julho 2008 [em www.cienciaviva.pt].
Parecer sobre a Estrada Regional 377-2 – Costa da Caparica/Nova Vaga/IC32. Liga para a Protecção da Natureza, Abril 2008.

Mata dos Medos, Reserva Botânica - Almada, Portugal

[Outra imagem da Mata Nacional dos Medos no postal 21 DE MARÇO, DIA DE CELEBRAÇÕES, 21 Março '08]

Pois é exactamente através desta Mata que se pretende lançar um troço de uma nova via rápida com quatro faixas de rodagem e vedada com rede de malha - Estrada Regional (ER) 377-2, integrada no Plano Estratégico POLIS da Costa de Caparica, com a aprovação do Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade - e isto apesar de o respectivo Estudo de Impacto Ambiental admitir que a estrada vai gerar impactos negativos muito significativos e não minimizáveis.

O GEOTA (que representa as Organizações não governamentais de Ambiente na Comissão Local de Acompanhamento do Polis da Costa de Caparica) emitiu um Comunicado em Outubro de 2007 SOBRE O ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DA ESTRADA ER377-2 – COSTA DA CAPARICA/NOVA VAGA/IC32, onde considera que o projecto da ER 377-2 é intempestivo e que é completamente extemporâneo avançar com um projecto como a ER 377-2 sem primeiro discutir globalmente um plano de mobilidade (Plano de Transportes e Acessibilidade).

Segundo a Quercus (Núcleo Regional de Setúbal), em Comunicado de Março de 2008, vai ser destruída uma área de cerca de 25 000 m2, onde serão abatidos centenas de pinheiros mansos com mais de duas centenas de anos, numa zona da MATA dos Medos das mais bem preservadas e ecologicamente sustentada; cumulativamente, será ainda desanexada da Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos mais uma área de mata com cerca de 24 500 m2 - que perfaz uma área de cerca de 5 hectares a desafectar dos estatutos de Conservação. De realçar que a nova estrada neste troço apresenta o mesmo traçado que a anterior Via Turística vetada em 2000 pelo ICN (actual Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade), quando José Sócrates era Ministro do Ambiente.

A propósito daquela VIA TURÍSTICA, são elucidativos os artigos dos jornais Setúbal na Rede, Público e Expresso, de Julho a Outubro 2000.

É claro que o actual Ministério do Ambiente afirma que o traçado da nova estrada entre a Costa de Caparica e a Fonte da Telha, Almada, é o «menos prejudicial» para a Reserva Botânica da Mata dos Medos (notícia de 16 Agosto '08).

RECAPITULANDO: MATA NACIONAL DOS MEDOS, RESERVA BOTÂNICA Nacional, RESERVA ECOLÓGICA Nacional, PAISAGEM PROTEGIDA Nacional, HABITAT PRIORITÁRIO Europeu.
Isto não vale mais que uma estrada onde - dizem os residentes - não passa (quase) ninguém durante a maior parte do ano?
Afinal, que valores é que estão em causa?

E, já agora, pergunta-se: PORQUE É QUE SERÁ QUE (conforme divulga o Movimento Uma Charneca para as Pessoas, citado nas Notícias do portal POR MARVILA, 11 Agosto '08), O PLANO DIRECTOR MUNICIPAL DE ALMADA PREVÊ - para as zonas de mata desafectadas - «ZONAS URBANIZÁVEIS sobrepostas à própria RESERVA ECOLÓGICA NACIONAL, RESERVA BOTÂNICA e PAISAGEM PROTEGIDA»?

NOTA: Por limitações na Administração do Blogue, não é possível inserir directamente as ligações de algumas notícias e comunicados, pelo que se direccionam para o Arquivo ou Página Inicial respectivos.

ADITAMENTO, a 12 Setembro '08: A não perder, a fotografia aérea do local com o traçado da estrada, bem como excertos e ligações a outros blogues que também já denunciaram este atentado, n' Um Jardim no Deserto: VIA RÁPIDA VAI DESTRUIR PARTE DA RESERVA BOTÂNICA DA MATA DOS MEDOS.

Categoria: POR MONTES E VALES

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A
Muito obrigada pela referência, foi uma (longa) surpresa!<br /> Não conhecia o seu blogue, acho-o muito interessante - parabéns!<br /> Permito-me uma pequena correcção: o endereço do meu blogue não tem o www e é nireblog em vez de niroblog.
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R
<br /> Obrigada pelo contacto. Irei modificar erro e, peço imensa desculpa. Cumprimentos.Até brece. rosario<br /> <br /> <br />