No cais da indiferença/ Dans le quai de l'indifférence!
Auteur des photos sur cetet page: Elias Silva"olhares.com"
No cais da indiferença perdem-se os amigos
por entre maldades e denúncias feitas
no meio de ruas e de vielas estreitas.
Foram-se com as crenças viéram desavenças
porque habitamos um mundo errado
num território às vezes fechado.
Então fecham-se as janelas e os nossos postigos
renegando os sentimentos e partilhas
aquelas nossas viagens por entre as ilhas
da amizade plena e inteira.
Agora.
Marchamos por aí
como essas moléculas separadas.
Vamos escondendo as caras num velho lençol,
recolhendo-nos ao tempo que se apagou
e, soletramos as letras
sílaba a sílaba
à procura de outros tempos
e de linguagens de outrora.
Ruíu-se o sentimento no horizonte
sonhado- tal o metal –
que os homens fundiram um dia
para fazerem as nossa moedas na vida.
E, foi-se a amizade que ali erguida.
Ela era um monumento levantado
à nossa história
por vezes triste, outras colorido
mas a única legenda viável na nossa vida
uma amizade sempre reconheçida.
Rosario Duarte da Costa
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03/03/2011