Os meus olhos olham/ Mes yeux regardent
o que eu me recuso a ver.
Grandezas, misérias
E, lérias de entontecer !
Os meus olhos lêem,
mas só eu as sei dizer,
essas estações que deslizam,
p’ro mar do enlouquecer…
Vejo coisas que me matam,
da manhã ao entardecer !
E, mesmo à noitinha,
nada me fica por ver.
Os meus olhos falam,
de tudo o que sei sentir.
No corpo, no coração
e, no meio da minha mão.
Vou por ali respirar
o ar que por aí vai !
Por isso só digo verdades,
os olhos não sabem mentir,
mesmo se a boca mente,
às vezes, sem saber mentir !
Rosario Duarte da Costa
21/09/2003
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