Monsieur Gonçalo Amaral:Em Portugal não há Liberdade de expressão?Il n’y a pas de liberté d’expression au Portugal?!
Il n’y a pas de liberté d’expression au Portugal?!
Não há liberdade de expressão em Portugal?
Ora essa!
Há mesmo muita. Reparem nos dizeres jornalísticos! É só entrar
para roubar, partir o que não lhes pertence, bater, mesmo matar...
Isso é o resultado de uma expressão livre. Cada um faz o que quer,
seja o que fôr!
Foi assim na Casa Pia “que para mais dizem –Santa”, onde se
envolveram diferentes indivíduos de várias classes sociais...
E assim com o desaparecimento de crianças, o mau tratamento
dos velhos e, dos deficientes. É!
E, a liberdade é tanta, que ela esta mesmo aí à porta e, ninguém a vê!
Do norte ao sul do país, atiram-se pedradas “sem fisga” aos ministros,
partem-se os inimigos, desfloram-se crianças e, tudo chegou a tal
desleixo que, no meu tempo dizia-se “fazer amor”, ou “ter relações
sexuais” enquanto que os libertários agora dizem “fazer sexo”!
Fazer sexo?
- O sexo está feito no corpo desde as nossas origens, nada mais há a
juntar!
Assim vai a vida entre vestidas e despidas, num descalábrio total. O
humano é irrespeitado e, por isso, não pode respeitar os outros!
A norte e a sul, a este e oeste, Portugal tornou-se uma plataforma
pornográfica. É tão triste dizê-lo, mas calar seria entrar no mesmo
jogo daqueles que sendo testemunhas nada dizem.
Voltando ao meu objectivo essencial: a falta de liberdade de expressão
em Portugal, diz o senhor Amaral, ex-inspector da polícia judiciária.
Não é bem assim. O senhor editou o seu livro, que foi vendido em Portugal
e, no estrangeiro. Só que escrever um livro é possível fazê-lo mas, no
que respeita ao seu conteúdo há por vezes coisitas que ultrapassam os
nossos direitos! E, no vosso caso, o senhor põe em causa o casal inglês
sem provas concretas justificando as suas informações. As suposições
não passando de hipóteses!
Neste caso, o casal sentindo-se atingido na sua credibilidade e, os
filhos podendo subir as consequências, eles estão no direito de pedir ao
Tribunal português a sua condenação.
È-me impossivel compreender, qual é o vosso objetivo?! De fazer
condenar imperativamente esse casal como tendo sido os culpados
da morte da criança?!
Então, porque é que os seus colegas da P.J., portuguesa não contínuam
as averiguações até encontrar o corpo (se é esse o seu destino) ou, tentar encontrar a criança viva!
Como é que, tendo o senhor pertencido a uma equipa de trabalho, o
senhor concluí os resultados definitivos sózinho?!
Como é que o senhor pretende que há falta de expressão no nosso
país, se o senhor faz e refaz conferências dentro e fora de Portugal,
sem ter que o justificar?!
Estou bastante admirada que, hoje, evoquem a “falta de expressão”...
No tempo de “Fascismo” ela era real mas, pessoalmente nunca me
impediu de comunicar pelos meios que eu julgava apropriados!
Há coisas que me perturbam como por exemplo: nenhum elemento
da P.J., portuguesa se levantou para escrever um livro sobre aqueles
que haviam assassinado o General Humberto Delgado. Portanto,
todos sabemos que foram elementos da PIDE que o acabaram!
Se, há falta de expressão hoje -como o senhor invoca-, será ela devida
aos Pides que após o 25 Abril viraram o casaco para se mostrarem
democratas aí, no nosso país?!
E, o problema da casa Pia?
Não haverá ninguém de capacitado para fazer averiguações, depois
“com provas” fazer a denúncia de tudo o que por lá se passou?!
E, ninguém escreve um livro sobre o sujeito?!
Também não compreendo o “favoritismo” que lhe fazem alguns
jornais cujo nome aqui não menciono, como se o senhor não fôsse
um cidadão português igual a qualquer outro cidadão. Por isso, tendo
os mesmos direitos e, os mesmos deveres! (ou melhor, devido ao vosso
estatuto anterior de inspector da P.J.), o respeito do humano deveria ser
uma regra. Mencionar os factos sim mas, guardar as opiniões subjectivas!
Certamente, é de lamentar “o arresto” pedido pelo tribunal. Contudo,
visto a sua formação “jurídica”, o senhor poderia ter medido as
consequências!
Não se pode fazer não importa o quê, sem estudar o resultado provável
da nossa atitude. Imagine o Senhor “ex-inspector” da Polícia Judiciária
portuguesa, se este caso se tivésse passado comigo e, se eu estivésse
inocente, não iria deixá-lo moer e remoer uma injustiça!
Digamos, que é tempo de fazer uma análise profunda da situação. Em
cada profissão,- mesmo os mais competentes- podem errar, por falta de
análise profunda e de capacidade em fazer a síntese desse trabalho. O
humano é assim, humano justamente porque erra...
O senhor poderá transmudar de sítios, os náufragos humanos acontecem
em qualquer lado. Então será necessario rever o conteúdo do que escreveu,
desenvolver novas hipóteses, efectuar novas investigações e, não deixar
caír o resultado delas. Porque simplesmente se trata da disparição de uma criança!
Rosario Duarte da Costa
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