11/01/2011Portugal:Conversa entre duas Mulheres !Conversation entre deux Femmes!

Publié le par Rosario Duarte da Costa

 

Tramela.de

Auteur des Photos sur cette page: Jesus Fernandes "olhares.com"

 

 

auto reflexo

Portugal:

Conversa entre duas Mulheres !

 Conversation entre deux Femmes!

 

O quê?

 

- Já se sabe. Eu sei evidentemente que o José Sócrates cometeu erros,

como os cometeria qualquer outro das direitas ou, das esquerdas...

Aliás, eu disse-o muitas vezes. O problema é que em Portugal a gestão

managerial é muito piramidal e, cada vez que um gabinete quer falar

com outro, passa o tempo a dizer”o senhor doutor, ou a senhora

doutora”, pois, são incapazes de ser realistas e pragmáticos!

 

- Não estás de acordo?!

Ora bem, naquele País é sempre muito difícil entrar em contacto com qualquer responsável, seja ele empresário ou político. E, quando pedes

a uma secretária : Será que o senhor/a dra. me poderá receber? -a resposta é logo sistemática: “Não, não, neste momento o Senhor/a

dr/a está ocupado/a com várias reuniões”.

Sempre foi assim!

 

- Não exagero, não. Tu não compreendes, pois viés-te de Portugal

muito cedo. Ouvias o que te diziam os teus pais e, eles, pouco sabiam

de Portugal. Vivêram em terras do Douro, fechados a tudo. Nunca se aperçeberam como funcionáva Portugal. Viéram par aqui, só porque

tinham fome e, filhos para alimentar!

 

-Não chores. Isso não te serve para nada. Tu vês Portugal com amor,

um amor que é igual àquele que tens por eles. Eles nunca estudaram,

mas fizéram-te prosseguir os estudos. E, tu ficas pasmada a olhar,

aquele país que não é teu, ou o é, só porque as tuas veias escorrem o

seu sangue!

Para ti, tudo é maravilhoso. Porque só lá vives durante um mês de

férias. E, durante as férias, tudo brilha: o sol e o mar. Mesmo os teus olhos!

 

- Ter primas, ter primas...mas, as tuas primas não te fazem dar a

volta a tudo durante um mês. E, talvez elas mesmas não tenham

subido os problemas ligados ao país, como os pais delas ou, os teus!

De toda a maneira, para compreendêres um País, uma cultura,

tens que lá viver, impregnando-te de tudo: céu, terra e mar. Dos

cheiros, quando pássas em qualquer lado. Porque tudo aquilo que

te contam, se não tivéres vivido, é uma cópia “não conforme”

da vida!

 

- Deixa lá isso. Trabalhas num escritório, tens a nacionalidade

françesa e, vives agarrada a Portugal- como uma lapa colada à

rocha! Como é que te consegues encontrar?!

 

- Está bem. Necessitas de raízes, da terra dos teus avós e, de repôr

raízes. Mas, para isso é preciso tempo: parar, ouvir e escutar. Sentir,

fazer-te uma ideia do mundo que é, e não daquele que tu

imaginas!

 

- Certamente. Mas não basta fazer parte de uma associação para conheçeres bem Portugal. Em geral, elas conhecem a terrinha

através das vidas daqueles que nela participam, com o folclore, o bacalhau como todo o povo português e, o jogo das cartas – tais as tabernas das velhas aldeias. No melhor dos casos através do futebol

e, dos artistas que se apresentam nas suas festas. É tudo!

 

- Eu? Estou sempre a dizer mal de Portugal?!

Não. Vejo-o de longe. Nunca o vi tão bem, como de longe...

Sento-me no meu “poleiro” tal o galo da minha avó, penetro as fronteiras, entro em Portugal com uma visão larga e espaçosa!

Quando estava lá dentro não via nada. Senão o sangue

derramado no chão português. Passava junto de um Mosteiro ou Castelo, como passava à frente de um café (sem me aperceber que

ele tinha sangue mas glória também)! Foi preciso partir para ver.

Foi-me preciso estar longe, para compreender!

 

- E verdade! O povo português tem muitos pontos positivos.

Vem talvez das descobertas marítimas, que deram grandeza

naquele tempo a Portugal. Ou do D. Sebastião, que o povo espera

há séculos!

Depois, chegou a liberdade onde se mostrou a vontade lusíada.

Então, veio o tempo da liberdade e dos sonhos. O tempo das aquisições, um regalo para aqueles que nunca nada tivéram!

Durante décadas houve a emigração do povo para outros países.

Uma vergonha mas, a pouco e pouco o povo reconheçeu que os emigrantes tinham comprado casas, chegavam à terra para passarem férias e, aí, embora invejados subiam um pouco na ideia de um pouco mais de respeito!

 

- O quê? -Mas tu não compreendes nada de economia. Nada !

Durante anos, Portugal viveu à sombra da agricultura e, da pesca.

Depois do 25 de Abril, quando aderiu à Europa abriu-se mais ao comércio mas, chegava o tempo da Europa lhe impôr de diminuir a

pesca e, a agricultura.

Chegou o tempo de criar empresas. De aceitar grandes Grupos

Industriais no seu corpo. De criar ateliers de montagem (como o automóvel) por exemplo. E, com tudo isto lá ía oferecendo trabalho

a muitos.

Porém, chegou a globalizazação ou, mundialização, -como queiras. Algumas empresas voltaram o olhar para outro lado. O tecido

industrial desfazendo-se o desemprego aumentava. Olha, é como

uma roda que não pára!

 

- Não sabes porque é que o FMI vai entrar em Portugal?!

Primeiramente, porque as taxas dos juros da dívida pública não

cessa de aumentar. E, porque Portugal está numa situação

calamitosa. De toda a maneira estes jogos da economia e, da

finança, irão previligiar alguns, isto é, aqueles que têem

interresses em ganhar dinheiro! São os requins da economia.

São os piratas da economia e, da finança moderna!

 

- Dizer mais o quê?! -Ora bem : diz o correio da manhã que o resgate

do FMI vai custar 80 mil milhões. E que Portugal terá que aceitar para evitar o resgate da vizinha Espanha!

Já esta noitinha a “vanguardia.es” informa que a ameaça que corre

para Portugal, foi um golpe para a bolsa espanhola que perdeu hoje

9.500 pontos.

Logo, na situação de hoje direi que: Portugal não tardará a abrir a

porta ao Banco Europeu e, ao FMI! Pois a pressão da Alemanha e da França é enorme e, Portugal não se encontra em situação de poder

viver isolado.

 

- Se é grave? – Olha, tudo dependerá para quem. Aqueles que têem dinheiro poderão viver como sempre. Os que trabalham e, podem continuar, irão sofrer pagamentos a efectuar em todos os sentidos.

No que se refere aos que não trabalham, serão obrigados a fazer não importa o quê, visto que os subsídios são cada vez mais diminuídos.

Os que não estão inscritos no Instituto do Trabalho, talvez tenham

ajudas ou, não! Sabendo que hoje Portugal importa cada vez mais produtos alimentares e, que estes vão aumentar consideràvelmente,

haverá muita fome em Portugal!

 

Meu Deus, já não posso ír para Portugal!

- Olha, podes. Irás de férias...Mas, não esqueças que aqui em França

também iremos pagar...

Rosario Duarte da Costa

Copyright

11/01/2011

 

A vida é um sobe e desce.....

 

 

 

 

 

Vestígios do passado

 

 

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