Questões de cabeleireiras!Questions de coiffeuses!
Questões de cabeleireiras!
Questions de coiffeuses!
1)
De há um tempo para cá vem-me à ideia a Annie C... cabeleireira
em Paris, onde entrei num sábado de 2011 (perto da casa da minha
filha) para fazer um brushing, porque em casa dela não me adapto
a secar o cabelo, visto que ela não tem um espelho cortado em três
partes na casa de banho, o que é o meu hábito caseiro em Lyon.
Efectivamente quando entrei no salão e pedi rendez -vous, tive que
dar o meu nome –o que é lógico.
E quando regressei a este para ficar com o cabelo lavado e bem penteado, a jovem cabeleireira perguntou-me logo se eu era portuguesa, o que me admirou bastante respondendo-lhe logo que
o nome nada tem a ver com a nacionalidade, dando-lhe como
exemplo o caso do Poniatovsky que era ministro Françês, com nome estrangeiro.
Porém, conversa puxa conversa, a pequena disse ter pena porque ela
era portuguesa (mesmo se tinha a nacionalidade Françesa) e, tinha acabado por comprar o salão ao patrão que partiu para a reforma.
Acabei por lhe dizer que falava um pouco português e, ao ouvir as queixas dela devido à compra do salão, acabei por informá-la sobre
as ajudas possíveis para o seu salão (tanto da parte portuguesa como
francesa). Ela ficou contente...mas disse-me logo que da parte de Portugal não poderia ter qualquer ajuda, porque eles a recusavam!
Acabando o trabalho, pagei e dei-lhe uma boa grojeta, parti dizendo-
-lhe que voltaria.
Alguns meses depois regressei a Paris mas, ao passar diante do salão
vi que ele estava já por trespassar!
2)
Isto dito, cada vez mais me enerva ír ao cabeleireiro/a. Porque em Lisboa, Lyon ou Paris, a conversa é sempre a mesma!
Por exemplo, se é um novo artesão, preocupa-se logo em saber o que
somos, o que fazêmos, onde vivêmos, para onde vamos e...e...e...
Se já nos conhece, é quase igual ou então, tem sempre alguma coisa
a dizer, sobre a cliente que acabou de partir:
“Ai, coitada, o marido abandonou-a...”,
“ É uma pessoa doente, o filho/a não se ocupam...”,
E, eu tenho horror deste tipo de conversa!
3)
Mas, pensando bem, lembro-me da tal cabeleireira que vivia na casa
em frente da minha amiga Rosa Leonor Pedro, onde eu ía e que, não
só me penteava mas ainda, se levantava da cama às 7 da manhã para
me pentear por um preço baratinho, que me obrigava a dar-lhe uma gorgeta maior do que o preço.
Vendo bem, ela perguntava um pouco mas era discreta, ela trabalhava
e era razoàvel, penteava-me bem o cabelo comprido trabalhado, quando eu ía para a rádio. E, para isso, abandonava mesmo o calôr da cama!
De longe digo-lhe agora: obrigada cara senhora!
Pois, não existe mais gente assim...
Rosario Duarte da Costa
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18/04/2012