Questões de cabeleireiras!Questions de coiffeuses!

Publié le par Rosario Duarte da Costa

À saída do cabeleireiro

Autor(a) António Maria O. Matos"sapo.pt"

 

Questões de cabeleireiras!

Questions de coiffeuses!

 

1)

De há um tempo para cá vem-me à ideia a Annie C... cabeleireira

em Paris, onde entrei num sábado de 2011 (perto da casa da minha

filha) para fazer um brushing, porque em casa dela não me adapto

a secar o cabelo, visto que ela não tem um espelho cortado em três

partes na casa de banho, o que é o meu hábito caseiro em Lyon.

 

Efectivamente quando entrei no salão e pedi rendez -vous, tive que

dar o meu nome –o que é lógico.

E quando regressei a este para ficar com o cabelo lavado e bem penteado, a jovem cabeleireira perguntou-me logo se eu era portuguesa, o que me admirou bastante respondendo-lhe logo que

o nome nada tem a ver com a nacionalidade, dando-lhe como

exemplo o caso do Poniatovsky que era ministro Françês, com nome estrangeiro.

 

Porém, conversa puxa conversa, a pequena disse ter pena porque ela

era portuguesa (mesmo se tinha a nacionalidade Françesa) e, tinha acabado por comprar o salão ao patrão que partiu para a reforma.

Acabei por lhe dizer que falava um pouco português e, ao ouvir as queixas dela devido à compra do salão, acabei por informá-la sobre

as ajudas possíveis para o seu salão (tanto da parte portuguesa como

francesa). Ela ficou contente...mas disse-me logo que da parte de Portugal não poderia ter qualquer ajuda, porque eles a recusavam!

Acabando o trabalho, pagei e dei-lhe uma boa grojeta, parti dizendo-

-lhe que voltaria.

Alguns meses depois regressei a Paris mas, ao passar diante do salão

vi que ele estava já por trespassar!

 

2)

Isto dito, cada vez mais me enerva ír ao cabeleireiro/a. Porque em Lisboa, Lyon ou Paris, a conversa é sempre a mesma!

Por exemplo, se é um novo artesão, preocupa-se logo em saber o que

somos, o que fazêmos, onde vivêmos, para onde vamos e...e...e...

Se já nos conhece, é quase igual ou então, tem sempre alguma coisa

a dizer, sobre a cliente que acabou de partir:

“Ai, coitada, o marido abandonou-a...”,

“ É uma pessoa doente, o filho/a não se ocupam...”,

E, eu tenho horror deste tipo de conversa!

 

3)

Mas, pensando bem, lembro-me da tal cabeleireira que vivia na casa

em frente da minha amiga Rosa Leonor Pedro, onde eu ía e que, não

só me penteava mas ainda, se levantava da cama às 7 da manhã para

me pentear por um preço baratinho, que me obrigava a dar-lhe uma gorgeta maior do que o preço.

Vendo bem, ela perguntava um pouco mas era discreta, ela trabalhava

e era razoàvel, penteava-me bem o cabelo comprido trabalhado, quando eu ía para a rádio. E, para isso, abandonava mesmo o calôr da cama!

De longe digo-lhe agora: obrigada cara senhora!

Pois, não existe mais gente assim...

Rosario Duarte da Costa

Copyright

18/04/2012

 

Publié dans Dialogues

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